28 fevereiro 2014

Cuidado com o golpe do falso emprego.

Diferente de algumas afirmações do governo, muita gente está desempregada ou em situação de trabalho em sub-empregos, fazendo com que procurem oportunidades. Algumas pessoas passam meses buscando uma vaga e acabam por acreditar demais em algumas promessas de empresas.

Muitos bombeiros civis tem começado a procurar trabalho em outras áreas, tendo em vista as dificuldades do mercado de trabalho, portanto se você for bombeiro civil procurando emprego ou qualquer outra pessoa, fique atento aos golpes de falso emprego de algumas empresas picaretas.

Vou citar alguns com que tive contato:


1. Fox Card Administradora de Convênios e Serviços / Fox Card Negócios de Administração

Endereços Utilizados: 
  • Republica, Rua Barão de Itapetininga Nº 93, 5° andar
  • Rua Sete de Abril, 59 - 7° andar
Telefones:
  • 3256-7305 
  • 3451-2742
E-mail:
  • Ainda não descoberto
Website:
  • Não possui
Nomes Falsos Utilizados:

  • Daiane / Paula / Paloma / Janaína / Daniel / Danilo / Gabriel
Como Operam:

Anunciam vagas em jornais, ou fazendo captação de currículos por meio de agências, para a vaga de Auxiliar, ou Supervisor de Vendas, onde se oferece um ótima remuneração mesmo sem experiência. Informam que você deve fazer 20 dias de treinamento sem registro e remuneração, durante o período de treinamento. Em muitos casos dizem que irão reduzir o treinamento e por isso você deverá fazer uma venda do produto que é um cartão de descontos, após a venda efetuada eles pegam o seu dinheiro e continuam te enrolando prometendo te registrar (o que seria feito logo após a venda), embora isso nunca aconteça. 

Algumas pessoas, na tentativa de conseguir rapidamente o emprego com um bom salário, acabam por pedir a familiares ou conseguir empréstimos para cobrir o valor da venda.

2. Real 10

Endereços Utilizados: 
  • Rua Marconi, nº 107 - 7º andar
  • Rua Barão de Itapetininga, nº 93, 5º andar
Telefones:
  • 3151-4401 
E-mail:
  • Ainda não descoberto
Website:
  • http://www.cartaoreal10.com.br/
Nomes Falsos Utilizados:

  • Fabiana / Danilo / Rafael / Dayane / Paula / Paloma
Como Operam:


Operam semelhante a Fox Card, colocam anúncios e chama as pessoas para uma entrevista. Colocam 20 pessoas em uma sala, fazem algumas perguntas e aplicam uma prova, ou seja, criam uma espécie de processo seletivo. Depois avisam que você foi selecionado para realizar o treinamento de 30 dias, sem registro e sem remuneração. Oferecem vaga de Auxiliar Administrativo e durante o treinamento dizem que irão ensinar a vender apenas para todos os funcionários da empresas terem conhecimentos sobre o produto, posteriormente se você conseguir alguma venda, poderá ser promovido a Supervisor de Vendas. Vendem um cartão de benefícios na área da saúde. Enrolam do mesmo jeito que a empresa supracitada.


3. Global Portaria / Emprego Total / Centro Global


Endereços Utilizados: 
  • Não descoberto
Telefones:
  • Não descoberto 
E-mail:
  • vagainicioimediato76@gmail.com
  • vagainicioimediato75@gmail.com
  • vagainicioimediato81@gmail.com
  • Eles utilizam vários e-mails, mudando apenas o número.
Website:
  • http://www.centroglobal.com.br/
  • http://www.empregototal.com.br/
  • http://http//www.globalportaria.com.br
Nomes Falsos Utilizados:
  • Dra. Vivian Andrade

Como Operam:

Anunciam vagas em jornais e assim que o candidato envia o currículo, eles respondem com um texto pronto com detalhes da vaga e informando da necessidade de ter um curso específico na área e logo em seguida recomendam um site de cursos onlines, onde o candidato pode pagar um valor e conseguir o certificado para um emprego que não existe. Este é um golpe do falso emprego e de vendas de certificados falsos. Veja abaixo a cópia do e-mail enviado por eles:





Como as empresas acima, existem outras centenas operando no Brasil inteiro, tomem cuidado. Para se prevenir, sempre pesquise o nome, endereço e telefone da empresa na internet. Em casos de dúvida, não tenha medo de perguntar o CNPJ da empresa para poder pesquisar. Nenhuma empresa séria irá se recusar em passar o seu CNPJ.

27 fevereiro 2014

Lutador é nocauteado e socorrista faz novo tipo de reanimação.




Era pra ser apenas mais um belo dia nessa aldeia africana, mas durante uma luta de um Clube Indígena de Luta, conhecido como Musangwe, um dos lutadores é nocauteado e atendido de forma bem peculiar. 




Fonte: Clique Aqui

Ao assistir este vídeo só consigo pensar em duas coisas:

1. Ainda bem que a American Heart Association (AHA) tornou facultativa a respiração boca a boca, caso contrário este atendimento facilmente poderia ter ido parar no Xvideos ou Redtube (a mudança foi estabelecida na última versão da AHA, lançada em 2010);

2. Ainda bem que o socorrista não dispunha de um DEA (Desfibrilador Externo Automático), senão o lutador dificilmente poderia ter filhos.



Será que a AHA vai adotar esta nova modalidade de RCP? Mudarão o nome para Reanimação Cardio-Peniana? Se a vítima gozar, será caracterizado acidente de trabalho? Vai poder abrir CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)? Essa conduta pode causar LER (Lesão por Esforço Repetitivo)? Haverá cursos de aperfeiçoamento em 5 contra 1?


São tantas perguntas e tão poucas respostas...

Acidente envolvendo caminhão carregado de botijões e ônibus na Rússia.




Um caminhão carregando botijões de gás (aparentemente GLP) se envolve em acidente com um ônibus causando grande congestionamento em uma das principais rodovias na Rússia. As explosões duraram cerca de dez minutos e os estilhaços eram arremessados a grande distância, causando pânico a quem assistiu o acidente.





Fonte: Clique Aqui

Embora a cultura popular fale em botijões explodindo, na verdade trata-se da explosão do ambiente em volta do botijão. 

Todo elemento quando exposto ao calor tende a se dilatar (expandir) e cada elemento se dilata em proporções diferentes na natureza. O GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) presente dentro dos cilindros irá se dilatar e expandir, aumentando assim a pressão interna do recipiente, por sua vez o cilindro também irá se dilatar e sofrerá microfissuras, enfraquecendo assim sua capacidade de manter o gás sob pressão, preso.

Quando a pressão interna alcança níveis onde o cilindro é incapaz de manter-se intacto, ele se rompe, fazendo todo aquele combustível entrar em contato com o oxigênio (comburente) do ambiente. Como os gases possuem uma queima muito rápida, diferente da medeira, por exemplo, ocorre uma explosão.

Isto é semelhante ao que acontece em uma panela de pressão. Se retirarmos o pino da tampa da panela, ela irá acumular pressão até um dado momento em que irá se romper.

No vídeo acima é possível ver a presença de um fenômeno chamado BLEVE. Segue abaixo um vídeo explicativo sobre o BLEVE:


26 fevereiro 2014

Lei 15.180 - A Solução Para os Problemas do Bombeiro Civil?

Agora em tempo de Carnaval, muitos bombeiros já sabem, ou ao menos ouviram falar da LEI Nº 15.180, DE 23 DE OUTUBRO DE 2013 (Clique Aqui), que obriga os estabelecimentos civis destinados à formação de bombeiro civil a obter prévia habilitação pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.


A Lei de autoria do Deputado Pedro Tobias (PSDB) e sancionada pelo Governador GERALDO ALCKMIN está aprendendo a engatinhar e sequer saiu das fraldas, sendo assunto de diversos debates dentro e fora do estado de São Paulo. Existem diversas opiniões, teorias e interesses relacionados a esta Lei. O objetivo desta postagem é analisar alguns pontos interessantes sobre teoria e prática, ou seja, no Brasil existe muita coisa bem estruturada teoricamente, porém totalmente inútil na prática.




Lembrando que este texto é minha opinião e não necessariamente pode condizer com a realidade dos acontecimentos futuros. Para isso irei separa-la em duas análises, onde na primeira apresentarei uma visão utópica da Lei, e na segunda apresentarei uma análise mais ajustada a nossa realidade prática.


I. Análise da Teoria:

A Lei vem em um momento muito oportuno, para trazer esclarecimento a um ponto importantíssimo, senão o mais importante até o momento na área do Bombeiro Civil: quem é responsável pela fiscalização das escolas formadoras? Sim, pois após a regulamentação da profissão em 2009 pela Lei 11.901, abriam-se escolas de formação praticamente todo mês pelo Brasil. Eram bombeiros militares, técnicos de segurança do trabalho, supervisores de segurança, bombeiros civis recém formados, entre todo tipo de gente que queria tirar uma lasquinha desse mercado lucrativo. Lógico, na pratica eram dezenas de escola com péssimas condições estruturais; com instrutores sem conhecimentos mínimos de Combate a Incêndio e Primeiros Socorros para ministrar aulas, além de se utilizarem de técnicas desumanas, similares a de grupos paramilitares em seus treinamentos; sem a presença de equipamentos mínimos para realizar treinamentos, inclusive, tem uma escola em São Paulo, no mercado a muitos anos que no lugar de um derivante, utiliza uma versão caseira feita em caixa de madeira, o que me faz pensar: em mais de 10 anos de trabalho, não sobrou uns R$ 150,00 para comprar essa peça de vital importância no treinamento? Isso sem falar em vários treinamentos feitos com fotos e vídeos. Não muito raro encontrar um bombeiro civil que só viu como um extintor funcionava por algum vídeo do Youtube. Mangueira de incêndio então, nunca chegou a acoplar as juntas de união.


Imagem 1: derivante utilizado para formação de 2 linhas de mangueira ou para formação de 1 linha de mangueira mais potente.


A situação já estava desesperadora, ao ponto da Sabesp (companhia de água e esgoto de SP) abrir um boeiro na rua e sair uns 10 bombeiros civis de dentro. Eram centenas de profissionais formados mensalmente, sem saber pranchar adequadamente, ou colocar um colar cervical, gerando diversos problemas que falarei futuramente em outra postagem. No meio da desordem também abria-se espaço para organizações privadas tomarem a frente e buscarem reconhecimento, como é o caso de alguns sindicatos e do próprio CNBC (Conselho Nacional de Bombeiros Civis). Essas instituições buscavam a todo custo conseguir o poder de regulamentação da classe e de fiscalização, não só das escolas, mas das empresas e dos próprios profissionais da área.

Neste ponto a Lei 15.180 torna-se vital, pois estabelece um órgão Estatal reconhecido para a função de fiscalização, livrando todo o Brasil da famigerada dúvida de quem seria essa função, centralizando a responsabilidade para um único local.  Evitando o abuso e interesse de terceiros em obter vantagens sobre este poder. 

Olhando pela perspectiva teórica, temos um órgão governamental; sem fins lucrativos; a princípio, imparcial que irá fiscalizar honestamente todas as escolas de São Paulo, atentando-se ao cumprimento das diretrizes da NBR 14.608 de 2007 para formação de Bombeiros Civis. Abre espaço também para a criação de regulamentações específicas do próprio Corpo de Bombeiros, onde parâmetros estruturais e de treinamento poderão ser estabelecidos, além da correta designação de instrutores.

Daí partiria o incentivo para fiscalização dos próprios BC, pois atualmente não existe nenhum órgão com poder de investigar a conduta dos profissionais, tal como se for o caso, cassar o seu direito de atuar na área.


II. Análise da Prática:

Infelizmente como nem tudo é perfeito e vivemos no Brasil, a terra do jeitinho, é preciso analisar essa Lei e as suas influências sob a ótica da realidade. O Corpo de Bombeiros está atualmente com grande defasagem de pessoal, na verdade em São Paulo temos aproximadamente 43 milhões de habitantes (IBGE), dos quais 11 milhões somente na capital. A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda uma quantidade de 1 bombeiro para cada 1000 habitantes, ou seja, somente na capital de SP, deveríamos ter 11 mil bombeiros militares (43 mil bombeiros no estado inteiro), mas na prática temos apenas cerca de 10 mil bombeiros para cobrir todo o estado de São Paulo, como é possível analisar na imagem abaixo:


Imagem 2: gráfico da quantidade de bombeiros por habitante nas regiões do estado de São Paulo.

Fonte: Clique Aqui

Dentre essas informações, nos deparamos com dados como: "78% das cidades de São Paulo não possuem Corpo de Bombeiros" (Fonte Aqui), ou seja, não existe estrutura física, viaturas e pessoal treinado o suficiente para atender todo o estado. Essa falha é tão grotesca que não é muito difícil encontrar comércios, indústrias, escritórios, dentre outros, sem qualquer tipo de procedimento em segurança contra incêndio e atendimento de emergências. Apenas nas escola públicas, somente 6% possuem alvará do BM (Fonte Aqui), o famoso AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), em relação as empresas, a gigantesca maioria também não possui alvarás e treinamentos.

Isso tudo ainda não é a pior parte do problema, isso comentarei agora. Trabalho com consultoria de segurança contra incêndio e já visitei uma boa quantidade de empresas, além de sempre ao sair de casa, fico atento às condições de segurança dos estabelecimentos (quem é da área de segurança contra incêndio costuma fazer muito essas doideiras). Cansei de encontrar empresas com o AVCB pendurado num quadro na sua parede (alguns recém emitidos), mas essas mesmas empresas não possuíam extintores em nenhum local da planta; nunca fizeram treinamento de brigada de incêndio; pictogramas em posições e alturas irregulares; dentre outras bizarrices contrárias aos critérios das Instruções Técnicas de 2011. Me deparei com diversas empresas "regularizadas" pelo Bombeiro Militar, porém completamente irregulares do ponto de vista do prevencionismo e da segurança contra emergências. Isso se dá ao fato de muito AVCB ser emitido "nas coxas", por profissionais apressadinhos, não se atentando aos detalhes impostos pelas ITs.

É certo dizer, atualmente em São Paulo e no Brasil como um todo, os Corpos de Bombeiros são incapazes de cobrir toda a extensão territorial e populacional, seja para atendimento de emergências, seja para realização de fiscalização e expedição de alvarás, quantas empresas estão com alvarás atrasados por conta da demora em visitar a empresa? O BM não está atendendo o próprio prazo estabelecido.

Tudo isso infere diretamente na fiscalização das escolas formadoras de bombeiros civis, pois o BM não dispõe de pessoal e estrutura para fiscalizar e adequar todas as escolas de São Paulo (são muitas). Diversas escolas continuam funcionando normalmente e de forma irregular, mas a Lei parece não alcança-las, cabendo um questionamento interessante: "essa Lei não deveria ter vindo com os investimentos necessários ao Bombeiro, para este poder cumpri-la?".

Vamos considerar as escolas regularizadas pelo BM e com seus respectivos documentos permitindo a formação de novos profissionais, nos moldes da nova Lei. Não irá demorar muito para algumas anomalias aparecerem. As escolas já possuidoras dessa autorização, não precisarão se preocupar com uma fiscalização constante, até porque muitas são geridas por oficiais do Bombeiro Militar, ou seja, existem aqueles com contatos dentro e fora da Corporação. Breve alunos recém formados sem a mínima capacidade de ministrar aulas, estarão em salas de aula como instrutor. Logo teremos escolas com profissionais legalmente habilitados assinando o certificado, porém quem efetivamente estará dando aula a portas fechadas? Não muito diferente do que sempre foi...


Conclusão:

A Lei 15.180 é um importante passo na área do Bombeiro Civil, mas está longe de ser a solução. Enquanto não houver fiscalização adequada e pessoal técnico devidamente preparado, além de uma nova cultura baseada na honestidade e respeito às regras, encontraremos diversas escolas irregulares formando centenas de bombeiros "meia boca" mensalmente.