25 junho 2014

Bhopal - O pior acidente químico do mundo

O maior desastre químico do mundo:


Na noite entre dois e três de dezembro de 1984, cerca de 40 toneladas de metil isocianato e outros gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide Corporation, em Bhopal, Índia. Foi o pior desastre químico da história. Estima-se que entre 3,5 e 7,5 mil pessoas morreram em decorrência da exposição direta aos gases, mas o número exato continua incerto, algumas fontes citam mais de 22 mil mortes ao decorrer dos anos seguintes. Infelizmente, a noite do desastre foi apenas o início de uma tragédia, cujos efeitos se estendem até hoje. A Union Carbide, que possuía a fábrica de agrotóxicos na época do vazamento dos gases, abandonou a área, deixando para trás uma grande quantidade de venenos perigosos. Os moradores de Bhopal ficaram com fornecimento de água contaminada e um legado tóxico que ainda hoje causa prejuízos. 

Imagem 1: Criança vítima do desastre.

A Union Carbide tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes provocadas pelo desastre pagando compensações inadequadas ao Governo da Índia. Hoje, mais de 20 mil pessoas moram na região e uma segunda geração de crianças continua a sofrer os efeitos da herança tóxica deixada pela empresa. Desde então, cerca de 16 mil pessoas morreram e mais de meio milhão ficaram feridas. 

Imagem 2: Vítimas de Bhopal enfileiradas para contagem.

Em 1999, a Union Carbide anunciou sua fusão com a multinacional Dow Chemicals, sediada nos Estados Unidos, criando a segunda maior companhia química do mundo. Ao incorporar a Union Carbide por um total de US$ 9,3 bilhões, a Dow não apenas comprou os bens, mas também a responsabilidade pelo desastre de Bhopal. Enquanto os moradores de Bhopal continuam a sofrer os impactos do desastre de 1984, a responsabilidade legal pelo acidente ainda está sendo julgada pela Justiça norte-americana, uma vez que a Dow se recusa a aceitar o passivo ambiental adquirido na compra da Union Carbide. De acordo com a Dow, a partir da incorporação das duas empresas, a receita anualizada é superior a US$ 24 bilhões. A 
capitalização conjunta de mercado é de aproximadamente US$ 35 bilhões e seus ativos estão avaliados em mais de US$ 30 bilhões. 

O que aconteceu?

Passavam alguns minutos da 1 hora da madrugada da última segunda-feira quando dois funcionários da filial indiana da indústria química Union Carbide, instalada em Bhopal, na paupérrima região central da Índia, puseram-se a trabalhar. Como faziam regularmente a cada seis meses, eles iniciaram a limpeza externa dos três tanques de aço inoxidável onde a empresa estocava sua produção diária de isocianato de metila - composto altamente tóxico utilizado como matéria prima na fabricação de defensivos agrícolas e capaz de, na quantidade estocada na usina, matar tudo o que estivesse vivo em Bhopal.

Imagem 3: Mulher que ficou cega por conta do gás.

Nesse instante um alarme soou, dando sinal de que a válvula de segurança de um dos tanques rompera-se. A pressão estava aumentando no tanque - e o isocianato de metila, ali mantido em forma líquida, ameaçava escapar se o tanque explodisse. Imediatamente um dispositivo automático disparou o antídoto previsto para tais casos: um sistema de aspiração que deveria transferir a substância letal para um depósito de 15 metros de altura onde uma solução neutralizaria seus efeitos danosos para a saúde, antes de liberá-la na forma de gás para a atmosfera. Mas algo de errado se passou. Os funcionários logo perceberam que a substância estava saindo depressa demais e que, apesar da transferência para o depósito neutralizador, a pressão no tanque continuava a aumentar vertiginosamente. A operação transferência falhara.

Em segundos outro alarme ecoou e os funcionários, ao contrário do que estavam acostumados a fazer nos exercícios de prevenção, não ligaram as mangueiras destinadas a esfriar o tanque. Em vez disso, fugiram. Eles sabiam que tinha acabado de se concretizar o que pode acontecer de pior com o isocianato de metila: passar do estado líquido para o estado gasoso, transformando-se num assassino silencioso e devastador. Rapidamente, uma nuvem de gás venenoso surgiu da válvula defeituosa e começou a encobrir a usina. Levada pelas brisas noturnas, em poucos minutos a massa gasosa pairava sobre o território vizinho da fábrica, ocupado pelo bairro Jayaprakash Nagar, um amontoado de quase 2.000 barracos miseráveis. Quando o sol apareceu na segunda-feira, uma área de 40 quilômetros em torno da Union Carbide transformara-se numa letal câmara de gás.

Imagem 4: Bhopal na manhã seguinte ao acidente.

Mais de 40 mil toneladas de isocianato de metila haviam escapado para a atmosfera - e Bhopal, uma cidade histórica de 900.000 habitantes construída no século XI, inscrevera-se como palco da mais devastadora catástrofe já desencadeada por uma substância química em tempos de paz. Em menos de 48 horas, mais de 2.000 pessoas foram mortas por asfixia, a maioria enquanto dormia. Dos 50.000 feridos iniciais, quase a metade ficou cega, com as córneas ulceradas pelo gás.

Este documentário detalha melhor o acontecido:




Fontes: Aqui / Aqui / Aqui / Aqui

17 junho 2014

A decepção de todos prevencionistas

Pode parecer um pouco forçado o título dessa postagem, mas certamente todos prevencionistas que levam seu trabalho a sério, já passaram por uma situação parecida, pelo menos uma vez na vida.

Já tinha a ideia de escrever este texto há algum tempo, porém somente agora com o falecimento da mãe de um grande amigo, tomei a iniciativa. Isso porque a infeliz ocorrência poderia ter sido evitada se procedimentos básicos de RCP (Reanimação, ou Ressuscitação Cardio-pulmonar) tivessem sido realizados logo no inicio da PCR (Parada Cardio-respiratória), procedimentos que meu amigo tentou passar aos familiares, sem grande sucesso.

Já ouviram aquela expressão: "em casa de ferreiro, o espeto é de pau"? Ou aquela outra: "santo de casa, não faz milagre"? Bom, elas se aplicam nessa situação, inclusive, compartilhadas por mim, e acredito, pela maioria dos prevencionistas.

Quando se é ignorante sobre um assunto, é normal adotar uma postura geralmente errônea e por muitas vezes, perigosa às nossas próprias vidas ou de outrem. Entretanto ao estudar e se aprofundar sobre uma área, passa-se a levar este conhecimento no dia-a-dia, tornando parte de nossas vidas, pelo menos isso é o que acontece com os profissionais sérios. Uma vez prevencionista, você torna-se 24 horas por dia prevencionista.

Isso por si só é algo ótimo e extremamente positivo, porém para tudo bom, existe o lado ruim, neste caso a decepção de repassar estes conhecimentos ao próximo. Afinal, quem nunca ficou triste, decepcionado, ou pelo menos um pouco chateado por não ter conseguido cumprir seu papel de conscientizador numa palestra, ou aula? Felizmente temos Leis, regras, fiscalização e punições para garantir o cumprimento "forçado" dessa conscientização nos profissionais, pois dependesse apenas da boa vontade alheia, muitas mortes ou acidentes ocorreriam por ai.

Mas em casa? Onde não há Lei, fiscalização, punição a aqueles que não seguem suas instruções? Como fica? É exatamente ai onde fica a maior decepção da maioria dos prevencionistas: os próprios familiares e amigos simplesmente não ligam para as valiosas informações que essa pessoa tem a passar. Acreditem amigos, isso é maior do que imagina-se.

Quem já se deparou com respostas de familiares ou amigos dizendo:

1. Eu faço isso a X anos, nunca aconteceu nada;
2. Mas isso nunca vai acontecer aqui em casa;
3. Se acontecer algo, tem você ai pra resolver;
4. Se acontecer, a gente morre. A morte é inevitável;
5. Eu não consigo aprender isso, pois não uso, não é importante pra mim;
6. É muita informação, prefiro ligar pro SAMU / Bombeiro / Polícia.

Particularmente já ouvi essas todas e procuro sempre utilizar exemplos, fatos, etc, para quebrar estes argumentos, porém sem vontade própria da pessoa, fica impossível muda-la. Eu tenho a informação, cabe à pessoa querer aprender e se importar, pois não estarei lá sempre, pode acontecer de eu ser a vítima. Essas respostas acima geralmente são dadas pelo profissional no local de trabalho, bastante normal ouvi-las, mas quando um amigo ou familiar, com quem nos importamos fala isso, a decepção e o sentimento de fracasso tomam conta da mente.

Pra mim, o pensamento mais recorrente é: "se não consigo convencer meus próprios amigos e familiares da importância da prevenção e conhecimentos básicos em combate a incêndio,  primeiros socorros e atendimento de urgências e emergências, considerando que tenho horas, dias, semanas, meses, anos pra poder convence-los, como vou conseguir convencer os profissionais de uma empresa que nunca me viram, num rápido curso de 8 horas? Será que sou um péssimo profissional? Será que não tenho argumentos convincentes? Será que não sirvo pra ser prevencionista?"

Essas perguntas me assolam desde a época em que iniciei meus cursos na área e acredito também preocupam muitos outros parceiros, porém é preciso entender que essas perguntas são negativas e é preciso olhar por outra perspectiva, onde algumas coisas estão longe do nosso alcance e não dependem exclusivamente de nós. Li certa vez que a compreensão de uma comunicação é baseada em 50% de quem fala e 50% de quem ouve, ou seja, cabe a pessoa que ouve, entender e compreender corretamente o que lhe é dito, caso contrário "entra por um ouvido e sai pelo outro".

Cabe a nós, sempre usar oportunidades para realizar nosso trabalho de conscientização e na medida do possível ensinar um pouco do que sabemos.


Briga entre bombeiros civis e empresa Desert, continua sem solução.


Parece cada vez mais comum, os problemas entre os bombeiros civis e as empresas contratantes. São diversas situações enfrentadas pelos profissionais, que vão desde valores baixos pagos pelo seu serviço, à falta de equipamentos básicos de primeiros socorros. 

São muitos, os motivos que levam centenas de profissionais trabalharem, muitas vezes por valores irrisórios, como R$ 70,00, por um período de 12 horas, sem condições se serviços, motivos estes que não cabem refletir neste texto.

No dia 18/05/2014, aconteceu no Centro Cultural Pompéia, a 27ª Feira de Artes da Vila Pompéia, em São Paulo. Para este evento, a empresa Desert Eagle Segurança e Vigilância foi contratada para fazer a segurança com bombeiros civis e seguranças patrimoniais, porém ao final do evento, houve uma confusão entre os bombeiros civis e alguns responsáveis pela empresa, como é possível observar no vídeo abaixo:



Embora a qualidade baixa do vídeo não permita identificar com exatidão o que está acontecendo, podemos dizer que os bombeiros civis entraram em conflito com alguns responsáveis da Desert, por não terem recebido o valor combinado de R$ 90,00, chegando, inclusive, a pedir a presença da Polícia Militar pelo local.

A fim de descobrir a verdade e elucidar os fatos, entramos em contato com todas as partes envolvidas sobre o assunto e fizemos algumas perguntas, no caso aos bombeiros, à empresa Desert e ao Centro Cultural Pompéia. Vamos às informações:

1. Versão dos Bombeiros:

Para manter a integridade dos bombeiros, não revelaremos seus nomes, mas apenas suas histórias.

Alguns BCs foram contratados para realizar o serviço das 07hrs às 21hrs do dia 18, pelo valor de R$ 90,00 mais o almoço, porém relataram as seguintes condições:


  • O tempo de serviço excedeu as 12hrs;
  • No local não havia ambulância para realizar remoção;
  • No local não haviam equipamentos de primeiros socorros, como: caixa de luvas; gazes e ataduras; prancha; cadeira de rodas; colar cervical; etc;
  • O almoço servido era de péssima qualidade;
  • Um dos organizadores do evento, chamado de Alexandre, xingou e humilhou os bombeiros civis;
  • Não havia rádio HT para todos; e
  • Muitos não receberam os valores combinados.

Nas palavras de Barros: "Quando um senhor passou mal e desmaiou, nós o socorremos no chão, pois não tinha nenhum local para leva-lo, inclusive, uma médica que esta passando pelo local nos ajudou no atendimento até o SAMU chegar , o que levou uns 30 min. O senhor era diabético, havia feito uso de bebida alcoolica e não tinha se alimentado direito, por isso passou mal. Uma outra senhora também passou mal, devido a pressão baixa, mas não tinha cadeira de rodas para a locomoção dela até o seu carro. Tivemos que andar com ela e parar a cada 5 metros, para coloca-la sentada em uma cadeira."

M. disse que: "O almoço foi servido uma lavagem, que olhando parecia um resto resto de alimento misturado."


2. Versão da Empresa:

Aqui colocamos os e-mails trocados com a empresa, onde AZUL para nossas perguntas e VERMELHO para as respostas da Desert:

1º Email de Resposta da Desert Eagle, enviada pelo Clayton (enviaram este antes de que qualquer pergunta fosse feita):

Gostaria de informar que o problema que aconteceu na hora do termino do trabalho ocorreu por alguns fatores.
  • Estávamos trabalhando em outros locais na virada cultural de são Paulo 2014 e por isso os eventos e locais da virada acabaram antes por este motivo que teve uma pequena demora na finalização dos pagamentos, mas como sempre de costume da empresa trabalhamos em conjunto com nossos colaboradores e clientes sempre preocupados com o bem estar de nossa equipes de colaboradores.
  • No final o responsável pelo trabalho Ger. Operacional empresa o Sr.Ricardo dos Santos , teve que sair no final das atividades e finalizar os relatórios de Ocorrências e de erros e acertos com os responsáveis do Centro Cultural Pompeia, e alguns colaboradores (Bombeiros Civis),acabaram não aguardando no local que estava a base da empresa, foram para um bar próximo e cambaram passando um pouco do limites e chamaram a policia militar alegando que a empresa não iria pagar o evento, mas quando a viatura da policia militar  chegou no local verificaram que estava sem problemas foram embora sem maiores alterações, já estava tudo resolvido e os pagamentos estavam sendo feitos porque, já tinha chegado os valores que a Administração da empresa já tinha enviado.
  • Outro ponto muito importante que os Responsáveis pelo evento do Centro Cultural Pompeia, são nossos parceiros  de longa data e já trabalhamos em outras edições da feira cultural e nunca tivemos estes tipos de problemas.

 2º E-mail:
1. Me informaram que o combinado para o serviço dos bravos, foi o valor de R$ 90,00 + almoço + lanche. Está correto?
R: O combinado foi R$90,00 mais almoço.

2. Logo me passaram que o almoço servido foi macarrão com molho e carne moída, mas que o macarrão estava "mole", o molho estava aguado e a carne moída parecia lavagem, tanto que muitos não comeram por nojo, alguns que foram reclamar, receberam a seguinte resposta do Responsável da Segurança (Alexandre): "isso é Brasil". O que você pode me falar acerca disso? Essas informações procedem?

R: O almoço foi fornecido pelo nosso cliente(Centro cultural Pompeia),e não fomos informado nada sobre este fato, se tivéssemos informação sobre isso falaríamos com os responsáveis, Ref.: a esta informação do Coordenador Alexandre, como o senhor mesmo falou foi diretamente com ele, mas as orientações que passamos não são estas, mas não sabemos nada sobre isso o que e mais me chama a atenção e que o senhor sebe todas estas coisas e a empresa em nenhum momento foi comunicada por nenhum bombeiro e nenhum segurança.

3. Me passaram que distribuíram um papel para os bombeiros pegarem o lanche, porém com o lanche não foi comprado, os mesmos não receberam. Isso realmente ocorreu?

R: Novamente informo que a alimentação era de responsabilidade da organização da feira no caso o (Centro Cultural Pompeia).

4. Me passaram que foi informado aos bravos que o horário de chegada no local do evento seria às 06h da manhã e o término seria ás 21h, inclusive após o término, foi solicitado que os bravos permanecessem em seus postos até todos irem embora, mesmo após ultrapassadas as 12horas de serviço. Como foi elaborada a escala de horário dos bombeiros?

R: Todos sem exceções foram mandados chegarem no local da feira as 07:00hs e termino as 21:00 horas, termino da feira não horário de saída dos colaboradores envolvidos porque todos sabemos que um trabalho desta dimensão demora a evacuação e os acertos.

5. Alguns bombeiros alegaram que não receberam ainda no dia do evento, estão tentando ligar no número 2092-2882, mas não conseguem falar com ninguém. Como ficou essa situação? Todos os bombeiros e seguranças foram pagos, ou existe alguém que ainda não recebeu?

R: Todos que permaneceram no local da prestação de serviço receberam, não temos informações de debito com ninguém, ref.: ao contato a empresa tem vários telefones de contato este e um deles, ref.: a empresa a DESERT EAGLE SEGURANÇA E VIGILANCIA e uma empresa consolidada no mercado e fundada a mais de 11 Anos temos um nome a selar, trabalhamos 24 horas por dia para dar a atenção necessária para nossos colaboradores e clientes, Estamos no mercado a muito tempo trabalhando com estes tipos de profissionais e já sabemos que muitas vezes as pessoas não estão acostumadas com este tipo de prestação de serviço.

6. É verdade que no evento não haviam ambulâncias e equipamentos básicos de PS disponibilizados aos bombeiros, como caixa de luvas, ataduras, colar cervical, prancha, cadeira de rodas, etc? Se haviam equipamentos, quais eram?

R: Novamente informo que estas informações eram de responsabilidade da produção do evento, estávamos com um apoio da Sub-prefeitura da Pompeia, (SAMU).

7. Recebi uma informação de que os seguranças fazem 3 eventos com vocês, porém só recebem 2 eventos, ficando atrelados à Desert, pois só receberiam o terceiro evento, quando fizessem mais 2, ou seja, para receber o último evento, precisariam sempre fazer eventos com a Desert. Essa prática existe na Desert, ela é comum?

R: Novamente Informo, que todos nossos profissionais que prestam serviço com a empresa trabalham em regime semana, qualquer trabalho durante a semana recebem no domingo de manha só não recebem que vai embora ou não trabalha de sábado para domingo, quando temos trabalhos aos domingo acertamos no termino do plantão.


3. Versão do Centro Cultural Pompéia:

Entramos em contato com o Centro Cultural, para que pudessem se posicionar, mas recebemos apenas uma única resposta deles:

Olá Leonardo – boa tarde
Já passei sobre o assunto indagado para a pessoa que fez todo o acompanhamento. Já me passou que está tudo bem - segundo o Medeiros (responsável pela organização na área de fornecedores). Ok??? Espero que tenham resolvido com quem realmente já foram pagos pela organização que respondo.
Caso haja dúvidas entrem em contato.
Cleber F. C. Pessoa (coord.geral)
4. Conclusão do Blog:
Embora seja complicado falar sobre algo ocorrido, em que não estava presente, é possível se atentar a alguns pontos, com base nas próprias respostas dos bombeiros e da Desert:
1. De acordo com a própria Desert, o horário combinado foi de 07hrs às 21hrs, totalizando 14 hrs de serviço, excedendo o máximo que deveria ser de 12hrs.
2. A alimentação dos bombeiros é de responsabilidade do Centro Cultural Pompéia (de acordo com a Desert), mas a mesma não se pronunciou sobre o assunto.
3. Os equipamentos de primeiros socorros também são de responsabilidade da produção do evento, ou seja, do Centro Cultural (ainda de acordo com a Desert), mas a mesma também não se pronunciou sobre o assunto. É importante lembrar que todos os bombeiros entrevistados, fizeram questão de ressaltar a inexistência destes equipamentos.
Se realmente, um evento deste porte, com grande circulação de pessoas, não contava com a presença de equipamentos básicos de atendimento; ambulâncias; equipe médica; local para atendimento, então o problema se transforma em algo muito maior. É completamente inaceitável, que um evento deste porte tenha ficado com a prevenção feita nas coxas, além das condições de trabalho não estarem de acordo com o que um Bombeiro Civil merece, de resto, cabe aos leitores elaborarem sua própria opinião.
Obs: procurei ser imparcial ao escrever essa matéria, além disso o espaço do blog fica aberto a todos os envolvidos, para que possam esclarecer alguns pontos.

Site da Desert: Clique Aqui
Facebook da Desert: Clique Aqui
Site do Centro Cultural Pompéia: Clique Aqui

04 junho 2014

Aluno de Bombeiro: Cuidado ao usar uniforme antes de se formar

Tenho visto uma quantidade muito grande de alunos de Bombeiro Civil, postando fotos em redes sociais com o uniforme, antes de se formarem. É uma famosa prática das escolas formadoras de BC, realizar a venda de todo o uniforme para o aluno, antes mesmo dele se formar. Até então a maioria das escolas aconselha o bravo apenas a comprar e guardar em casa o uniforme, não devendo utiliza-lo enquanto não receber seu diploma.

Também é comum e compreensível que estes alunos tirem fotos com o uniforme e postem na internet, com muito orgulho de sua futura profissão. MAS CUIDADO!! Essa prática pode prejudica-lo e é crime!

Lógico, que a maioria coloca essas fotos inocentemente, mas o objetivo é alertar e aconselhar os futuros profissionais sobre alguns perigos.

Todos os dias percebo bombeiros civis lutando por melhores condições de trabalho, maior reconhecimento e valorização no mercado. Buscam serem tratados como os Bombeiros Militares, porém vejo muitos profissionais agindo de forma totalmente indisciplinada. Nunca seremos reconhecidos da forma que queremos se muitos continuarem agindo erroneamente.

Eu mesmo já agi algumas vezes de forma indisciplinada e recebi diversos puxões de orelha. Hoje me policio muito em relação à minha postura.

Particularmente comprei meu uniforme de BC um ano antes de começar o curso, porém só o utilizei quando já estava formado, sequer tinha uma foto usando o uniforme na internet. A única vestimenta que usava, era a camiseta vermelha do curso.

Para ficar claro meu posicionamento sobre o assunto, vou dar um exemplo:

1. Imagine que você prestou um concurso para a Polícia Militar de seu estado, e quer virar Policial Militar, ou Bombeiro Militar. Vamos supor que você passou na prova teórica e na prova prática, faltando apenas fazer o exame psicológico e a investigação social, procedimentos esses simples para ti, onde com quase 100% de certeza irá passar. Eis minha pergunta: Você pode usar o uniforme de Policial, ou Bombeiro Militar por aí e sair dizendo ser um PM, ou BM? Sem antes ter sido empossado do cargo? CLARO QUE NÃO!!! Você sequer vai conseguir comprar o uniforme, pois é ilegal.

O mesmo vale para o médico, agente de trânsito, dentista, engenheiro, enfermeiro, e adivinha só, para o Bombeiro Civil, também. Não podemos dizer que somos algo, ou nos vestir com o uniforme, ou farda de uma profissão, sem antes estarmos formados e devidamente registrados.

Isso se chama falsidade ideológica de acordo com o Código Penal:


Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Resumindo meus caros bravos. Por mais tentador que seja, não tirem fotos e saiam postando por ai, muito menos saiam na rua vestidos de Bombeiro Civil, sem antes terem se formado, pois é crime, é ilegal, e é jegue.

A evolução do extintor de incêndio

Como tudo nessa vida tende a evoluir, não seria diferente dos equipamentos de proteção e combate a incêndios. Muitas das novidades na área "bombeirística" ocorre com base em necessidades reais dos profissionais e envolvidos no atendimento de urgências e emergências, infelizmente, muitas dessas mudanças só ocorrem quando alguma acidente ou fatalidade ocorre.

Os designers June Young Kim e Ji Min Lee criaram um projeto do que pode ser o futuro dos extintores portáteis para combate a incêndio. A novidade está na aplicação de um escudo protetor à frente do extintor, protegendo assim, o operador das ações do calor, em especial a radiação, pequenas explosões e objetos que por ventura possam ser arremessados em direção do brigadista.





Será que vamos encontrar estes extintores pendurados pelas paredes aqui no Brasil? Só o tempo irá dizer.

Fonte: Clique Aqui e Aqui.


Isto relembra alguns extintores muito comuns até alguns anos atrás, mas que hoje praticamente inexistem no mercado, são eles:

1. Extintor de Espuma Química:



Estes extintores praticamente saíram de linha, foram substituídos pelos extintores de Espuma Mecânica, com agente extintor LGE (Líquido Gerador de Espuma). Os de espuma química atuavam através de uma reação química entre o sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio, que uma vez misturados, deviam ser usados, ocasionando acidentes durante seu transporte incorreto.

O método de utilização deste extintor, era virando-o de cabeça para baixo, e aplicando à base do fogo. Por ser um extintor relativamente perigoso e de difícil manuseio, saiu do mercado.


Neste vídeo é possível entender um pouco melhor como funcionava este equipamento:




Fonte: Aqui / Aqui / Aqui


2. Extintores de Pressão Injetada, ou Pressão Injetável, ou Pressurizável:

Outro tipo de extintor portátil (nos extintores sobre rodas, ou carretas, é normal encontra-los com o sistema de pressão injetada), raramente encontrado no mercado, é o de pressão injetada. Hoje a maioria é pressurizado diretamente com nitrogênio.

Saíram de linha por conta da complicação na manutenção de todo o equipamento e da ampola com o gás para pressão.




Fonte: Aqui


3. Extintor de Água tipo Cisterna:

 O extintor de água tipo cisterna (bomba manual) só existe em museus hoje em dia, pois era extremamente cansativo e desajeitado utilizar este equipamento durante um incêndio. Hoje, no Brasil, o padrão são os de Água Pressurizada de 10L.




Fonte: Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros