25 junho 2014

Bhopal - O pior acidente químico do mundo

O maior desastre químico do mundo:


Na noite entre dois e três de dezembro de 1984, cerca de 40 toneladas de metil isocianato e outros gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide Corporation, em Bhopal, Índia. Foi o pior desastre químico da história. Estima-se que entre 3,5 e 7,5 mil pessoas morreram em decorrência da exposição direta aos gases, mas o número exato continua incerto, algumas fontes citam mais de 22 mil mortes ao decorrer dos anos seguintes. Infelizmente, a noite do desastre foi apenas o início de uma tragédia, cujos efeitos se estendem até hoje. A Union Carbide, que possuía a fábrica de agrotóxicos na época do vazamento dos gases, abandonou a área, deixando para trás uma grande quantidade de venenos perigosos. Os moradores de Bhopal ficaram com fornecimento de água contaminada e um legado tóxico que ainda hoje causa prejuízos. 

Imagem 1: Criança vítima do desastre.

A Union Carbide tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes provocadas pelo desastre pagando compensações inadequadas ao Governo da Índia. Hoje, mais de 20 mil pessoas moram na região e uma segunda geração de crianças continua a sofrer os efeitos da herança tóxica deixada pela empresa. Desde então, cerca de 16 mil pessoas morreram e mais de meio milhão ficaram feridas. 

Imagem 2: Vítimas de Bhopal enfileiradas para contagem.

Em 1999, a Union Carbide anunciou sua fusão com a multinacional Dow Chemicals, sediada nos Estados Unidos, criando a segunda maior companhia química do mundo. Ao incorporar a Union Carbide por um total de US$ 9,3 bilhões, a Dow não apenas comprou os bens, mas também a responsabilidade pelo desastre de Bhopal. Enquanto os moradores de Bhopal continuam a sofrer os impactos do desastre de 1984, a responsabilidade legal pelo acidente ainda está sendo julgada pela Justiça norte-americana, uma vez que a Dow se recusa a aceitar o passivo ambiental adquirido na compra da Union Carbide. De acordo com a Dow, a partir da incorporação das duas empresas, a receita anualizada é superior a US$ 24 bilhões. A 
capitalização conjunta de mercado é de aproximadamente US$ 35 bilhões e seus ativos estão avaliados em mais de US$ 30 bilhões. 

O que aconteceu?

Passavam alguns minutos da 1 hora da madrugada da última segunda-feira quando dois funcionários da filial indiana da indústria química Union Carbide, instalada em Bhopal, na paupérrima região central da Índia, puseram-se a trabalhar. Como faziam regularmente a cada seis meses, eles iniciaram a limpeza externa dos três tanques de aço inoxidável onde a empresa estocava sua produção diária de isocianato de metila - composto altamente tóxico utilizado como matéria prima na fabricação de defensivos agrícolas e capaz de, na quantidade estocada na usina, matar tudo o que estivesse vivo em Bhopal.

Imagem 3: Mulher que ficou cega por conta do gás.

Nesse instante um alarme soou, dando sinal de que a válvula de segurança de um dos tanques rompera-se. A pressão estava aumentando no tanque - e o isocianato de metila, ali mantido em forma líquida, ameaçava escapar se o tanque explodisse. Imediatamente um dispositivo automático disparou o antídoto previsto para tais casos: um sistema de aspiração que deveria transferir a substância letal para um depósito de 15 metros de altura onde uma solução neutralizaria seus efeitos danosos para a saúde, antes de liberá-la na forma de gás para a atmosfera. Mas algo de errado se passou. Os funcionários logo perceberam que a substância estava saindo depressa demais e que, apesar da transferência para o depósito neutralizador, a pressão no tanque continuava a aumentar vertiginosamente. A operação transferência falhara.

Em segundos outro alarme ecoou e os funcionários, ao contrário do que estavam acostumados a fazer nos exercícios de prevenção, não ligaram as mangueiras destinadas a esfriar o tanque. Em vez disso, fugiram. Eles sabiam que tinha acabado de se concretizar o que pode acontecer de pior com o isocianato de metila: passar do estado líquido para o estado gasoso, transformando-se num assassino silencioso e devastador. Rapidamente, uma nuvem de gás venenoso surgiu da válvula defeituosa e começou a encobrir a usina. Levada pelas brisas noturnas, em poucos minutos a massa gasosa pairava sobre o território vizinho da fábrica, ocupado pelo bairro Jayaprakash Nagar, um amontoado de quase 2.000 barracos miseráveis. Quando o sol apareceu na segunda-feira, uma área de 40 quilômetros em torno da Union Carbide transformara-se numa letal câmara de gás.

Imagem 4: Bhopal na manhã seguinte ao acidente.

Mais de 40 mil toneladas de isocianato de metila haviam escapado para a atmosfera - e Bhopal, uma cidade histórica de 900.000 habitantes construída no século XI, inscrevera-se como palco da mais devastadora catástrofe já desencadeada por uma substância química em tempos de paz. Em menos de 48 horas, mais de 2.000 pessoas foram mortas por asfixia, a maioria enquanto dormia. Dos 50.000 feridos iniciais, quase a metade ficou cega, com as córneas ulceradas pelo gás.

Este documentário detalha melhor o acontecido:




Fontes: Aqui / Aqui / Aqui / Aqui

Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Aqui estamos em 2015 e um desastre monumental ocorre em Mariana, suas consequencias não devem ficar atraz de Bhopal. Ou nosso mundo passa por um repensar da vida aqui na terra ou estamos todos indo para um mundo de sofrimento, com agua ruim, ar toxico, comida trangenica e contamida e outras consequencias desse modo de ver a vida, onde colocamos as facilidades e os confortos afrente de coisas sem preço, como a vida.

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